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Farmacêutico: um profissional da saúde

1. SALÃO DE FARMÁCIA, PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO 20
Um suntuoso mobiliário de madeira se estendia até o teto, repleto de vidros que acondicionavam as substâncias utilizadas na preparação dos medicamentos. A atmosfera era de familiaridade e respeito, e o burburinho, constante. Clientes detalhavam queixas, tiravam dúvidas, cochichavam intimidades.
Interior da Pharmacia Normal Drogaria e Perfumaria, em Piracicaba (SP). Imagem retirada de anúncio. Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
Foto antiga e em preto e branco do interior da Pharmacia Normal Drogaria e Perfumaria de Piracicaba/SP. Há diversas prateleiras com frascos de vidros sobre elas.
Interior da Pharmacia Normal Drogaria e Perfumaria, em Piracicaba (SP). Imagem retirada de anúncio. Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
Interior de farmácia fundada por Francisco Leocadio de Castro Neves, em Piracicaba (SP). Imagem retirada de anúncio. Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
Montagem com duas fotos antigas e em preto e branco do interior da farmácia fundada por Francisco Leocadio de Castro Neves, em Piracicaba. Há armários com diversas prateleiras em toda a extensão das paredes do fundo e dos lados.
Interior de farmácia fundada por Francisco Leocadio de Castro Neves, em Piracicaba (SP). Imagem retirada de anúncio. Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
2. AUTORIDADE
Tudo ali girava em torno da razão de ser do estabelecimento: o farmacêutico.
Anúncio da Pharmacia São José, de C. Nehring & Cia., fundada em 1875 em Piracicaba (SP). Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
Digitalização de anúncio antigo da Pharmacia São José. Nele, há uma foto do interior da farmácia e diversos textos, como “Pharmacia São José. C. Nehring & Cia. Fundada em 1875”.
Anúncio da Pharmacia São José, de C. Nehring & Cia., fundada em 1875 em Piracicaba (SP). Coisas Antigas Piracicaba/Reprodução.
Alberto de Oliveira (1857-1937), farmacêutico, poeta e professor. M. J. Garnier/Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
Pintura antiga e em preto e branco do farmacêutico Alberto de Oliveira. Ele usa terno com camisa por baixo e uma gravata, tem cabelos na altura das orelhas e um bigode com as pontas finas e retas para os lados.
Alberto de Oliveira (1857-1937), farmacêutico, poeta e professor. M. J. Garnier/Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
3. NASCE UMA PROFISSÃO
Já havia cursos de Farmácia nas principais cidades do país e os estabelecimentos eram cada vez mais disseminados. Com a formação científica de seus donos, as farmácias disputavam com vantagem a clientela que antes era só dos boticários*.\nO farmacêutico tornou-se, na prática, o profissional de referência em saúde de parte importante da população brasileira.\n* Os boticários não tinham formação acadêmica específica, mas ainda eram atuantes nesse período.
Escola de Farmácia de Ouro Preto (MG), 1909. Centro de Memória da Farmácia/EF/UFOP.
Foto antiga e em preto e branco do prédio da Escola de Farmácia de Ouro Preto, em Minas Gerais. Ele é quadrado e tem diversas janelas em formato arredondado em suas laterais.
Escola de Farmácia de Ouro Preto (MG), 1909. Centro de Memória da Farmácia/EF/UFOP.
Fachada da Pharmacia Palhano, 1910. Acervo Nely Aquino Krebs.
Foto antiga da fachada de uma farmácia. O estabelecimento tem três portas, que estão abertas, e há um homem vestido com jaleco branco na primeira delas e nas outras duas há outros homens vestidos com roupa social.
Fachada da Pharmacia Palhano, 1910. Acervo Nely Aquino Krebs.
Farmácia Popular, antiga Farmácia Imperial, fundada em 1830 em Bananal (SP). Coleção Maria Aparecida da Graça Valiante, Bananal, São Paulo.
Foto antiga e em preto e branco do interior da Farmácia Popular, antiga Farmácia Imperial. Há diversas prateleiras com frascos sobre elas, alguns homens dentro do ambiente e uma grade ornamentada que separa o espaço interno de atendimento.
Farmácia Popular, antiga Farmácia Imperial, fundada em 1830 em Bananal (SP). Coleção Maria Aparecida da Graça Valiante, Bananal, São Paulo.
Interior da farmácia Santa Terezinha, em Ourinhos (SP), 1930. Museu da Pessoa.
Foto antiga e em preto e branco do interior da farmácia Santa Terezinha. Há um homem de jaleco atrás do balcão e diversas prateleiras e balcões dentro dela.
Interior da farmácia Santa Terezinha, em Ourinhos (SP), 1930. Museu da Pessoa.
4. SAÚDE PUBLICA: PRIMEIRAS CAMPANHAS
No início do século 20, a realidade da saúde pública brasileira limitava-se às campanhas de controle de epidemias e ao acolhimento – limitado – a doentes contagiosos (como os portadores de hanseníase, tuberculose e doenças venéreas) – ou a pacientes psiquiátricos.
Charge a favor da vacina contra a varíola, publicada em O Malho, 1904, Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz.
Digitalização de uma charge de um jornal de 1904. Na parte esquerda, a ilustração de uma caveira com uma lança na mão e diversos corpos no chão com o texto: “Resultado final para os que não se vacinaram contra a variola, fiados na Divina Providencia...”. Na parte direita, adultas e crianças em pé observam a cena. Há o texto: “Sorte reservada aos que se fiam na Divina Providencia e ainda se deixam vaccinar. O que abunda não prejudica...”.
Charge a favor da vacina contra a varíola, publicada em O Malho, 1904, Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz.
Antigo Hospício São Pedro, instituição psiquiátrica em Porto Alegre. Arquivo HSP.
Foto antiga e em preto e branco da entrada do hospício São Pedro, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Há uma grade com portões no meio, uma vasta área com arvores e, ao fundo, diversos sobrados lado a lado.
Antigo Hospício São Pedro, instituição psiquiátrica em Porto Alegre. Arquivo HSP.
5. A FARMÁCIA EM EXPANSÃO
O atendimento médico preventivo à população era diminuto, quase inexistente. Os hospitais eram igualmente raros. Contar com a avaliação de um médico, mesmo em caso de doença grave, era privilégio de uma elite reduzida.\nEm 1934, foram contabilizados cerca de mil estabelecimentos de assistência médico-sanitária em todo o país: a relação era de 0,15 médico/mil habitantes (em 2008, a relação era de 1,84/mil habitantes).\nAntes disso, a proporção era menor ainda. Já a quantidade de farmácias era marcadamente maior, somando 6.760 em 1938.
Entrevista de Carlos Chagas sobre a calamidade sanitária no interior do país. Jornal A Noite, 24/10/1916. Acervo Casa de Oswaldo Cruz.
Digitalização de uma entrevista de Carlos Chagas para o jornal A Noite, de 1916. Sobre o texto, há uma foto com diversas crianças e, ao lado, uma pintura do sanitarista.
Entrevista de Carlos Chagas sobre a calamidade sanitária no interior do país. Jornal A Noite, 24/10/1916. Acervo Casa de Oswaldo Cruz.
Família de Santarém (PA) recebe estudantes do curso de Visitadoras do programa Amazônia do Serviço Especial de Saúde Pública - SESP (1945-1947). Acervo Casa de Oswaldo Cruz.
Foto antiga e em preto e branco de uma mulher com crianças na porta de uma casa simples de sapê. Do lado de fora, estão outras duas mulheres conversando com eles. Uma delas carrega uma maleta em suas mãos.
Família de Santarém (PA) recebe estudantes do curso de Visitadoras do programa Amazônia do Serviço Especial de Saúde Pública - SESP (1945-1947). Acervo Casa de Oswaldo Cruz.
Visita de médico a localidade no interior do país (1942-1945). Alan Fisher/CPDOC/Arquivo Gustavo Capanema.
Foto antiga e em preto e branco de um home de jaleco branco subindo as escadas da margem de um rio. Na água, há um pequeno barco ancorado com dois homens dentro dele.
Visita de médico a localidade no interior do país (1942-1945). Alan Fisher/CPDOC/Arquivo Gustavo Capanema.
6. A POPULAÇÃO PEDE SOCORRO
A ciência do início do século 20 ainda não identificava a causa da maioria das doenças. Isso só aconteceria com o aprofundamento dos estudos de bacteriologia iniciados por Louis Pasteur e Robert Koch havia poucas décadas. Apenas a partir dos anos de 1930 começaram a chegar ao Brasil avanços na Medicina e na Farmácia. Antes disso, epidemias como febre amarela e gripe espanhola causaram milhares de mortes, principalmente nos ambientes urbanos do país. O desespero provocou verdadeiras corridas às farmácias e crises no abastecimento de fármacos. Os farmacêuticos se esforçavam para atender a população, mas muitos dos medicamentos destinados a combater essas doenças mais tarde provaram-se inócuos – como as estatísticas de vítimas das doenças sugeriam.
Charge do jornal A Careta, de 1918. Reprodução.
Digitalização de uma charge do jornal A Careta de 1918. Há o desenho de um homem dentro da escotilha de um submarino observando um periscópio.
Charge do jornal A Careta, de 1918. Reprodução.
Informativo da Inspetoria de Higiene sobre a influenza espanhola. Jornal A República, de 1918. Reprodução.
Digitalização de uma nota informativa publicada no jornal A República de 1918. Há o texto “A influenza espanhola. Conselhos ao povo. Da inspectoria de Hygiene”.
Informativo da Inspetoria de Higiene sobre a influenza espanhola. Jornal A República, de 1918. Reprodução.
Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo, se transforma em hospital provisório com 400 leitos durante o surto de gripe espanhola (1918). Arquivo Estadão Conteúdo.
Digitalização de uma foto antiga e em preto e branco de pessoas em camas sendo atendidas por profissionais da área da saúde. Eles estão em uma sala ampla do Colégio Marista Arquidiocesano. Sobre a foto, escrito de caneta, há o texto: “Gripe de 1918”.
Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo, se transforma em hospital provisório com 400 leitos durante o surto de gripe espanhola (1918). Arquivo Estadão Conteúdo.
Na primeira página do jornal, comunicado instrui a população sobre cuidados com a gripe espanhola. Jornal O Estado de S. Paulo, 2/11/1918. Arquivo Estadão Conteúdo.
Digitalização da primeira página do jornal O Estado De S. Paulo, de 2/11/1918, sobre a gripe espanhola.
Na primeira página do jornal, comunicado instrui a população sobre cuidados com a gripe espanhola. Jornal O Estado de S. Paulo, 2/11/1918. Arquivo Estadão Conteúdo.
7. FARMACÊUTICOS NA LINHA DE FRENTE
O farmacêutico do início do século 20 tinha como atribuição principal garantir a entrega de medicamentos seguros aos clientes, ou seja, puros e preparados com as técnicas adequadas. Na linha de frente do atendimento à população (e dada a falta de assistência médica), ele também prescrevia medicamentos, orientava o planejamento familiar, indicava repousos e dietas, aplicava injeções e chegava a realizar os primeiros-socorros em acidentes.
Primeira Turma da Escola de Farmácia e Odontologia (1923). Arquivo Estadão Conteúdo.
Digitalização de uma foto antiga e em preto e branco da primeira turma da Escola de Farmácia e Odontologia. Há um grupo diverso, com homens e mulheres, posando lado a lado. Sobre a foto, há números feitos com uma etiquetadora em cada uma das pessoas que aparece na imagem.
Primeira Turma da Escola de Farmácia e Odontologia (1923). Arquivo Estadão Conteúdo.
Interior da Farmácia Oswaldo Cruz (1950). Arquivo Nirez.
Foto antiga e em preto e branco de diversas pessoas dentro da Farmácia Oswaldo Cruz. É um ambiente amplo com armários cheios de prateleiras, que tomam o fundo e as paredes laterais.
Interior da Farmácia Oswaldo Cruz (1950). Arquivo Nirez.
Fachada da Farmacia Central, Crato (CE). Foto Targino/Reprodução.
Foto antiga da fachada da Farmácia Central em Crato, Ceará. Ela está com a porta aberta, e na sua frente há um grupo de homens e meninas, todos em pé.
Fachada da Farmacia Central, Crato (CE). Foto Targino/Reprodução.
8. TRANSFORMAÇÕES SAUDÁVEIS
O prestígio de alguns profissionais foi convertido em sucesso comercial com a transformação de farmácias em laboratórios farmacêuticos.\nAlguns nomes podem ser destacados, como Baruel, Granado, Silva Araújo e Gustav Schaumann (Botica Ao Veado D’Ouro). Produzindo em escala, essas casas atendiam à grande procura por fórmulas de confiança, muitas vezes voltadas ao combate a vários males.
Fachada do prédio onde funcionou a Botica Veado D Ouro de 1858 a 1921. Jornal A Província de S. Paulo, 1/12/1887. Reprodução.
Ilustração em preto e branco da fachada de um prédio de 2 andares, com diversas janelas. Na rua, há pessoas transitando.
Fachada do prédio onde funcionou a Botica Veado D Ouro de 1858 a 1921. Jornal A Província de S. Paulo, 1/12/1887. Reprodução.
Laboratório Granado na rua do Lavradio, Rio de Janeiro. Acervo Granado.
Foto antiga e em preto e branco da fachada do Laboratório Granado, no Rio de Janeiro. Um prédio de 2 andares, diversas janelas e o nome do estabelecimento escrito em um letreiro.
Laboratório Granado na rua do Lavradio, Rio de Janeiro. Acervo Granado.
9. O SUCESSO DOS TÔNICOS ELIXIRES
Esses produtos eram as chamadas fórmulas officinaes*, preparados segundo os códigos farmacêuticos e já prontos para consumo. Os tônicos e elixires eram as preparações mais comuns – e ficaram na memória brasileira pela forte propaganda comercial que empregaram.\n* Diferentes das fórmulas “magistrais”, prescritas por médicos para necessidades específicas de cada paciente e aviadas nas farmácias.
Anúncio da Phosphovitamina Granado. Acervo Granado.
Digitalização de anúncio antigo colorido do produto Phosphovitamina Granado. Há o desenho do rosto de uma mulher e um menino, a embalagem, o nome do produto e o texto: “Phosphoro vegetal e vitaminas. Tonico geral especialmente do sistema nervoso”.
Anúncio da Phosphovitamina Granado. Acervo Granado.
Anúncio da Pasta Russa (1917). Reprodução.
Digitalização de anúncio antigo e em preto e branco do produto Pasta Russa. Há o desenho de uma mulher com os seios de fora. Ela segura uma placa nas mãos.
Anúncio da Pasta Russa (1917). Reprodução.
10. FORTIFICANDO
Um exemplo de destaque foi o Biotônico Fontoura, que a propaganda apresentava como fortificante e solução para o amarelão, doença parasitária associada ao atraso do desenvolvimento do país.\nAlém do renome de Cândido Fontoura, farmacêutico desenvolvedor da fórmula e dono do laboratório, seu motivado garoto-propaganda foi ninguém menos que o escritor Monteiro Lobato.\nPara promover o tônico, Lobato criou o Almanaque do Jeca Tatu, cujo protagonista é um caipira preguiçoso e limitado – devido à ancilostomose. De tão conhecido, o personagem passou a sintetizar uma figura típica nacional dali em diante.
Cândido Fontoura retratado em tela de J. U. Campos e selo postal de 1985. Acervo Aluísio Queiroga. Reprodução.
Digitalização de foto antiga e em preto e branco de Cândido Fontoura. Um homem de roupa social, com cabelos curtos e óculos de grau. Sobre a imagem, há um carimbo e um selo postal de 1985 com um desenho dele.
Cândido Fontoura retratado em tela de J. U. Campos e selo postal de 1985. Acervo Aluísio Queiroga. Reprodução.
Folheto do Biotônico Fontoura sobre o livro Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato, lançado em 1924. Acervo Laboratório Fontoura.
Digitalização de anúncio antigo e colorido do Biotônico Fontoura com informações sobre o texto Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato. Há a ilustração de um homem de chapéu de palha, camisa xadrez e descalço sentado em um banco ao lado de um cachorro.
Folheto do Biotônico Fontoura sobre o livro Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato, lançado em 1924. Acervo Laboratório Fontoura.
Capa da edição especial do livro Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato, pelo Instituto Medicamenta. Acervo Laboratório Fontoura. Reprodução.
Digitalização da capa da edição especial do livro Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato, feita pelo Instituto Medicamenta. Há a ilustração de um homem de chapéu de palha e descalço andando ao lado de um cachorro.
Capa da edição especial do livro Jeca Tatuzinho, de Monteiro Lobato, pelo Instituto Medicamenta. Acervo Laboratório Fontoura. Reprodução.
11. CIÊNCIA E SAÚDE CAMINHAM JUNTOS
Depois da Segunda Guerra Mundial, as ciências farmacêuticas deram um salto importante, e muitos medicamentos passaram a ser sintetizados em laboratórios mais complexos. Os antibióticos, a partir do desenvolvimento da penicilina, são os mais emblemáticos.
Produção brasileira de penicilina na década de 1950. Reprodução.
Foto antiga e em preto e branco de um terreno com diversas construções. Há pessoas e carros passando.
Produção brasileira de penicilina na década de 1950. Reprodução.
12. A CHEGADA DAS DROGARIAS
Surgiram, nos anos de 1930, as primeiras drogarias, com perfil marcadamente comercial, de competitividade na venda de medicamentos.\nDeu-se, assim, uma modificação importante no cenário de atuação do farmacêutico, como explana Cândido Fontoura, em discurso de 1936.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Foto da capa de um exemplar da Tribuna Farmacêutica de setembro de 1936.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Foto do discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmacêutica, em setembro de 1936.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Foto do discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmacêutica, em setembro de 1936.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
Foto do discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmacêutica, em setembro de 1936.
Discurso de Cândido Fontoura publicado na Tribuna Farmaceutica, em setembro de 1936. Acervo Sistema Integrado de Bibliotecas da PUC-PR.
13. ATUAÇÃO DE IMPACTO
O panorama da saúde pública brasileira também começava a mudar, com impacto na atuação dos farmacêuticos. No pós-guerra, uma pequena parcela da população já tinha acesso a assistência médica, principalmente por meio de institutos previdenciários privados.\nA atenção médica oferecida por órgãos públicos à população em geral, no entanto, era ínfima.
Inauguração do SAMDU (hospital de urgências) na Av. Rio Branco, Juiz de Fora (MG), na década de 1960. Acervo Maria do Resguardo.
Foto em preto e branco de um grupo de pessoas em frente a uma ambulância com o Hospital SAMDU ao fundo.
Inauguração do SAMDU (hospital de urgências) na Av. Rio Branco, Juiz de Fora (MG), na década de 1960. Acervo Maria do Resguardo.
Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora (MG), 1955. Foto de Bastos Barreto/Acervo Maria do Resguardo.
Foto em preto e branco do interior de um quarto de hospital com quatro camas enfileiradas, e em uma delas há uma mulher deitada.
Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora (MG), 1955. Foto de Bastos Barreto/Acervo Maria do Resguardo.
Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora (MG), 1955. Foto de Bastos Barreto/Acervo Maria do Resguardo.
Foto em preto e branco de um quarto com berços enfileirados e encostados em uma das paredes, em três deles há crianças. No centro, há uma freira em pé e à esquerda dela há uma mesa com um vaso com flores em cima e cadeiras ao redor.
Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora (MG), 1955. Foto de Bastos Barreto/Acervo Maria do Resguardo.
14. AMPLIANDO O ACESSO À SAUDE
A partir dos anos 1960, entrava em discussão a descentralização do serviço sanitário e a noção de acesso universal à saúde, embora estritamente em teoria no Brasil. Com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1967, ampliou-se substancialmente o acesso à assistência médica curativa no país – ao menos aos trabalhadores registrados.\nA maioria da população, no entanto, ainda se encontrava excluída, embora já aspirasse por atendimento médico.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Foto de documento datilografado sobre a municipalização dos serviços de saúde.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Foto de documento datilografado.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Foto de documento datilografado.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Foto de documento datilografado.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
Foto de documento datilografado.
Trechos sobre municipalização do serviço de saúde em publicação final da III Conferência Nacional de Saúde. Diário Oficial, 1963/Reprodução.
15. A GRANDE REFERÊNCIA
O farmacêutico, nesse mesmo período, tinha o foco de sua formação voltado para outras áreas além do atendimento à população, como a indústria, os alimentos e as análises clínicas. Na prática, no entanto, ele continuava a desempenhar papel de referência em saúde, especialmente em áreas não centrais.
Laboratório de toxoide diftérico. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz/Casa de Oswaldo Cruz.
Foto em preto e branco de uma mulher sentada em frente a uma bancada enquanto opera uma máquina. À sua direita, há duas peças com tubos de ensaio.
Laboratório de toxoide diftérico. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz/Casa de Oswaldo Cruz.
16. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: UM DIREITO DO CIDADÃO
Com a Constituição de 1988, o acesso universal à saúde tornou-se um direito a ser garantido pelo Estado, incluindo a assistência farmacêutica. Em 1990, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi regulamentado e passou a vigorar. A visão sobre a importância do farmacêutico no atendimento à população foi reforçada na Carta e, na atualidade, passou a ser apresentada pela ideia de cuidado farmacêutico.
Charge de Miguel Paiva sobre a promulgação da Constituição de 1988. Jornal O Estado de S. Paulo. Acervo Iconographia.
Charge em preto e branco de um gato ao lado de homem sentado com o livro da Constituição Brasileira aberto, e sobre sua cabeça há o texto "Todo brasileiro tem direito à moradia...". À sua direita,  há um menino em pé e uma mulher, também sentada, com um bebê nos braços, e sobre sua cabeça há o texto "Agora lê aquele pedaço bonito que fala de comida, saúde".
Charge de Miguel Paiva sobre a promulgação da Constituição de 1988. Jornal O Estado de S. Paulo. Acervo Iconographia.
Artigos 196 e 197 da Constituição Federal de 1988. Reprodução.
Foto dos artigos 196 e 197 da Constituição Federal brasileira de 1988.
Artigos 196 e 197 da Constituição Federal de 1988. Reprodução.
17. UM PASSO DE CADA VEZ
A implantação do sistema representou um progresso na atenção primária à saúde, que ainda é insuficiente, desigual e falha em praticamente todo o país.
A longa espera para atendimento em ambulatório de Itaquera, zona leste de São Paulo, 2004. Paulo Liebert/Estadão Conteúdo.
Foto de uma fila de pessoas em pé no lado de fora de um hospital.
A longa espera para atendimento em ambulatório de Itaquera, zona leste de São Paulo, 2004. Paulo Liebert/Estadão Conteúdo.
18. INDISPENSÁVEL
A noção de equipe multidisciplinar no atendimento, por sua vez, tem avançado. Em 2004, foi publicada a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, que descreve a atuação do farmacêutico nessas equipes e tem embasado políticas públicas com essa abordagem. Por lei, desde 2014 as farmácias – e não só os hospitais – passaram a ser consideradas estabelecimentos de assistência farmacêutica. Para que a população tenha acesso a tratamentos medicamentosos seguros e eficazes, é preciso um farmacêutico.
VIDEO DE CUIDADO FARMACÊUTICO
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