Malveína, o corante que impulsiona a indústria farmacêutica
1856
Durante as férias escolares, um jovem estudante de química resolveu fazer experimentos em seu laboratório improvisado a fim de conseguir sintetizar a quinina. Esta é uma substância extraída da cinchona, uma árvore andina, e tem propriedades antimaláricas. A síntese seria feita a partir de carvão mineral, e sua importância se devia ao fato de que a cinchona se tornara escassa, o que inviabilizaria as empreitadas colonizadoras sobre a Índia, África e Sudeste Asiático, regiões infestadas pela malária. O jovem não foi bem-sucedido em suas tentativas. Por outro lado, seus experimentos resultaram em uma substância de uma cor vividamente púrpura, que aderia aos tecidos e não desbotava. Nascia a malveína, que logo se tornou um furor no mundo da moda, estampando vestidos da rainha Vitória e de celebridades francesas. Para a química, sua importância foi ainda maior: deu origem às anilinas e fomentou o desenvolvimento da indústria química orgânica, que, a partir do capital e conhecimento adquiridos com a produção de corantes, pôde em pouco tempo se dedicar à produção de analgésicos, antibióticos e vários outros medicamentos.