Atropina
Nome da molécula: atropina
Classificação química: alcaloide
Onde a molécula é encontrada: folhas e flores de beladona (Atropa belladonna), folhas de estramônio (Datura stramonium), também chamado de figueira-do-diabo.
Origem: Europa, Norte da África, Ásia Ocidental (beladona); América do Norte (estramônio).
Aplicação terapêutica: dilatador de pupila (uso em exames oftalmológicos), anti-inflamatório ocular, antissecretor (para situações em que o excesso de saliva ou secreção mucosa podem interferir em uma cirurgia), antídoto contra envenenamento (por exemplo, por inseticidas e gases que afetam o sistema nervoso), tratamento de bradicardia (baixa frequência cardíaca).
Breve histórico do uso da molécula: acredita-se que a rainha Cleópatra usava extratos de beladona como cosmético para dilatar as pupilas. Séculos depois, na Europa, mulheres pintavam o rosto com tinta feita a partir do fruto da planta, de cor violeta. Daí o nome “beladona”, registrado no fim da Idade Média, época em que óleos feitos com a planta também eram usados como alucinógeno, sobretudo por mulheres consideradas bruxas. No século 19, iniciaram-se os estudos mais aprofundados sobre os efeitos oftalmológicos da atropina. A molécula foi isolada em 1831 e sintetizada pela primeira vez em 1901. Em 1964, teve início a produção em escala industrial de um colírio à base de atropina, indicado não só para dilatação da pupila, mas também para cicloplegia (paralisia de músculos intraoculares). Ainda nos anos 1960 foi colocado no mercado um comprimido de sulfato de atropina, usado no tratamento de diarreia. Em 1971, o sulfato de atropina passou a ser vendido na forma injetável, indicado para cirurgias em que a salivação e outras secreções devem ser diminuídas.