Um venenoso panfleto de 19 páginas, o Antitherica, ensaio sobre mitridato e teriaga, foi a primeira tentativa de contestação à eficácia de um produto farmacêutico. Nada mais natural que o remédio colocado sob suspeita fosse a teriaga, já que havia dois milênios ela era o composto farmacêutico mais famoso da história. Sem medir palavras, William Herbeden referiu-se nesse documento à irresponsabilidade e falta de sentido de se permitir a fabricação de teriaga. No entanto, o composto ainda constou da Farmacopeia de Londres publicada em 1746, última edição a mencionar o remédio. Em outros países, a retirada da teriaga das listas oficiais foi mais tardia: a Farmacopeia francesa de 1884, por exemplo, ainda fazia menção ao preparado. A teriaga teve papel decisivo na criação de mecanismos de controle sobre a qualidade e eficácia das drogas: primeiro porque, para evitar falsificações, era costume que ela fosse preparada em público; depois, a necessidade da padronização de sua fórmula incentivou a criação de farmacopeias oficiais. E, enfim, as suspeitas sobre seus efeitos levaram à ideia, em 1799, de se criar uma junta de especialistas para avaliar e aprovar as novas drogas, o que seria a fundação da regulação farmacêutica.
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