Durante os séculos 12 e 13, período em que a Medicina ainda tinha forte influência dos monges, regulamentos da Igreja proibiram que clérigos exercessem cirurgia. Em 1215, a proibição foi estendida a todo o mundo cristão. Com isso, o ensino nas emergentes universidades concentrou-se sobretudo em Medicina teórica, com pouca relação com a Medicina cirúrgica. Esta, assim, foi tida como de segunda classe; os cirurgiões, para ganhar a vida, começaram a atuar como barbeiros (por isso, ficaram conhecidos como “cirurgiões-barbeiros”). O problema é que eles eram proibidos de tratar doenças internas, mas podiam se dedicar a problemas de saúde externos. Assim, tornaram-se concorrentes dos farmacêuticos, pois produziam e vendiam produtos como unguentos, pós e emplastros. A relação entre essas duas classes de profissionais nem sempre foi pacífica, o que resultou em regulamentações feitas pelo poder estatal ou pelas corporações de cada categoria.