Nome da molécula: cocaína
Classificação química: alcaloide
Onde a molécula é encontrada: folhas de coca (Erythroxylum coca), um arbusto chamado de kuka no idioma quíchua.
Origem: Bolívia e Peru.
Aplicação terapêutica: anestésico local para procedimentos cirúrgicos na boca, nariz ou laringe. A molécula também serviu como modelo para o desenvolvimento de um grande número de anestésicos locais semissintéticos usados atualmente e que apresentam maior estabilidade química, com diminuição dos efeitos colaterais.
Breve histórico do uso da molécula: a folha de coca é consumida há centenas de anos por povos da Bolívia, do Peru e do Equador, onde tem sido usada como estimulante, redutor de apetite e anestésico. Mascada ou bebida como chá, os seus alcaloides são liberados lentamente e em pequenas quantidades, o que elimina o efeito viciante ou psicotrópico. Os espanhóis a levaram à Europa no século 16. Em meados do século 19, época em que a cocaína foi isolada, a substância foi usada de diversas formas. Uma famosa bebida desse período é o vinho Mariani (também chamado, em inglês, de cocawine), feito à base de Bordeaux e extrato de folha de coca. Era vendido como tônico e ganhou bastante notoriedade, tendo o papa Leão XIII como um de seus garotos-propaganda. Curiosamente, o precursor do refrigerante Coca-Cola era uma modalidade de cocawine, o French Wine Coca. Com a alta do preço do vinho Bordeaux, no entanto, seu criador substituiu o vinho pelo extrato de noz de cola, rico em cafeína. Depois de algumas adaptações, o resultado foi um xarope de cor escura, indicado maliciosamente para uma série de males, como enxaqueca, fadiga e melancolia. Era vendido em farmácias, onde também se consumiam água com gás e refrigerantes feitos nas chamadas soda fountains. Diz a lenda que, certa vez, um sujeito acometido por forte dor de cabeça resolveu consumir o xarope na própria farmácia, pedindo ao dono do estabelecimento que diluísse o remédio. O farmacêutico assim procedeu, mas usou água com gás para tanto. Estaria criada, assim, uma das bebidas mais consumidas da história. O alcaloide passou a ser ingrediente de diversos fármacos, de comprimidos a xaropes, e era facilmente encontrado nas farmácias, com as indicações mais variadas. Ainda no século 19, Freud prescrevia cocaína a seus pacientes e ele próprio a consumia, inclusive como analgésico para aplacar a dor de um tumor na boca. Karl Koller, um oftalmologista amigo de Freud, passou a aplicar cocaína como anestésico em cirurgias oculares, um dos pioneiros a contemporaneamente fazer tal uso da substância. À medida que se descobriam os efeitos nocivos do consumo da droga, seu uso terapêutico ficou restrito à aplicação como anestésico. Ainda hoje é usada dessa forma, principalmente em cirurgias nasais e do duto lacrimal, embora novos fármacos sintéticos sejam mais utilizados.
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