Logo MUFA

ERGOMETRINA

Foto de um frasco de vidro antigo com extrato de ergometrina Representação da molécula de ergometrina

Nome da molécula: ergometrina

Classificação química: alcaloide

Onde a molécula é encontrada: cravagem (Claviceps purpurea), também chamada de esporão-do-centeio, um fungo que ataca cereais.

Origem: regiões temperadas.

Aplicação terapêutica: tratamento de hemorragia pós-parto.

Breve histórico do uso da molécula: a exemplo da ergotamina, a ergometrina também está historicamente associada à intoxicação por cravagem (ergotismo) – vide texto sobre a ergotamina. O alcaloide só foi isolado em 1932, mas muito antes disso já eram conhecidos usos terapêuticos de reduzidas quantidades de cereais contaminados com o fungo. No século 16, por exemplo, recomendava-se a ingestão de alguns grãos de centeio para a aceleração de partos, já que a substância ajuda na contração uterina. A dosagem exata, no entanto, nem sempre era alcançada. O remédio, que era conhecido como pulvis ad partum (algo como “pó para parir”, do latim), ganhou a alcunha de pulvis ad mortem (“pó para a morte”). Ao longo do tempo, o uso mais comum da substância passou então a ser a prevenção de hemorragias pós-parto, por causa de seu efeito vasoconstritor. Ainda assim, fabricar dois fármacos com idêntica concentração era praticamente impossível, o que colocava em xeque o sucesso de remédios feitos com ingredientes tão tóxicos como os alcaloides da cravagem. Em 1879, no entanto, foi produzido um dos primeiros medicamentos padronizados da história, o Liquor Ergotae Purificatus, indicado para estimular contrações do útero. Em 1939, um dos primeiros fármacos de ergometrina feitos em escala industrial foi posto no mercado. O uso desse tipo de medicação é tido como um dos responsáveis pela queda da taxa de mortalidade materna verificada no século 20. Atualmente, no entanto, por causa dos efeitos graves e imprevisíveis das drogas feitas com esse alcaloide, a ergometrina não tem sido a primeira opção na prevenção e tratamento de hemorragia pós-parto.

Voltar ao topo