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ERGOTAMINA

Foto da imagem de microscópio do fungo cravagem ou esporão-de-centeio Foto da cravagem ou esporão-de-centeio Representação da molécula de ergotamina

Nome da molécula: ergotamina

Classificação química: alcaloide

Onde a molécula é encontrada: cravagem de centeio (Claviceps purpurea), também chamada de esporão-do-centeio, um fungo que se desenvolve nessas espigas.

Origem: Europa (regiões temperadas).

Aplicação terapêutica: tratamento de enxaqueca, prevenção de hemorragia pós-parto, tratamento de problemas de atenção e memória em idosos.

Breve histórico do uso da molécula: desde a Antiguidade se percebeu que o consumo de cereais contaminados com cravagem podia gerar efeitos bastante maléficos – o que, por outro lado, ensejou a aplicação desse fungo, em dosagens reduzidas, para fins terapêuticos. Os efeitos abortivos do fungo foram inicialmente detectados pelos persas, no século 4 a.C. Nos séculos seguintes, suas propriedades vasoconstritoras foram exploradas sobretudo na preparação de analgésicos e de remédios relacionados a problemas no parto. A molécula só foi isolada em 1918, em um laboratório farmacêutico suíço. Três anos depois, a empresa lançou o Gynergen, um medicamento à base de ergotamina indicado para enxaqueca. Atualmente, esse tipo de remédio costuma também conter cafeína. Ao longo da história, casos de ergotismo (intoxicação causada pela ingestão de alimentos contaminados com cravagem) fizeram inúmeras vítimas. Os sintomas variam de acordo com a quantidade e o tipo de alcaloide presente no alimento contaminado, mas podem incluir convulsões, derrames, diarreia, letargia, alucinações, comportamento maníaco, vômitos, formigamento das mãos e dos pés, espasmos e gangrena. Também pode levar ao coma e à morte. O fenômeno é conhecido desde pelo menos o século 6 a.C., quando os assírios notaram os efeitos do consumo de cereais que continham uma “pústula nociva” em suas espigas. Durante a Idade Média, a doença ficou conhecida como “fogo de Santo Antônio” (por causa da sensação de queimadura gerada pela gangrena) e chegou a dizimar povoados inteiros.

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