Fisostigmina

Ilustração botânica da planta Fava-de-calabar
Foto em close da semente da planta Fava-de-calabar
Representação da molécula de fisostigmina

Nome da molécula: fisostigmina (ou eserina)

Classificação química: alcaloide

Onde a molécula é encontrada: sementes da fava-de-calabar (Physostigma venenosum), uma trepadeira de até 15 metros de flores vermelho-purpúreas.

Origem: África tropical (zona costeira do Golfo da Guiné).

Aplicação terapêutica: tratamento de glaucoma (doença ocular), de intoxicação por outros alcaloides (como atropina e escopolamina) e também em casos de miastenia grave (doença neuromuscular).

Breve histórico do uso da molécula: a fava-de-calabar foi inicialmente usada no século 18 por um povo africano que vive onde hoje é o sudeste da Nigéria, região de Calabar – daí o nome da planta. Com suas sementes se preparava um extrato leitoso que deveria ser bebido pelos acusados de feitiçaria. Acreditava-se que os culpados morreriam intoxicados, enquanto os inocentes regurgitariam o veneno, sobrevivendo. No século seguinte, sementes da espécie foram levadas à Escócia por missionários que atuaram em Calabar. Na década de 1860, um renomado cirurgião ocular de Edimburgo relatou o uso oftalmológico da substância, que poucos anos depois foi isolada e, em 1876, começou a ser usada no tratamento de glaucoma. Nos anos 1920, pesquisas sobre os efeitos da molécula no organismo resultaram na primeira descoberta de um neurotransmissor (a acetilcolina), o que rendeu um Nobel ao responsável pelo feito, o farmacologista alemão Otto Loewi. Injeções de fisostigmina passaram a ser usadas, na década de 1930, para reverter a fraqueza muscular causada pela miastenia grave. Como os sintomas desta doença se parecem com os de intoxicação por curare (veneno de ação paralisante aplicado por índios sul-americanos nas pontas de flechas), descobriu-se que a fisostigmina é eficaz para reverter envenenamento por alcaloides como atropina e escopolamina. Nos anos 1960, demonstrou-se a relação da substância com a melhora da memória, sendo prescrita para tratamento de mal de Alzheimer, o que hoje não é mais indicado. Há pouco tempo, vem sendo usada para tratar hipotensão ortostática (tontura súbita ocorrida, por exemplo, quando a pessoa se levanta).

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