Nome da molécula: vincristina
Classificação química: alcaloide
Onde a molécula é encontrada: espécies vegetais conhecidas como boa noite e maria-sem-vergonha (Catharanthus roseus).
Origem: Madagascar, mas hoje é cultivada como planta medicinal e ornamental em vários lugares do mundo.
Aplicação terapêutica: tratamento de vários tipos de câncer, como leucemia aguda, linfoma maligno, doença de Hodgkin (câncer do sistema linfático) e eritremia aguda (aumento anormal do número de glóbulos vermelhos do sangue).
Breve histórico do uso da molécula: acredita-se que na Mesopotâmia, há cerca de 4600 anos, já se utilizava a maria-sem-vergonha para fins terapêuticos. Além disso, foram várias as culturas que perceberam que a planta tinha propriedades muito particulares, podendo servir de base para a preparação de preciosos fármacos, ou mesmo de poderosos venenos. No sistema ayurvédico (medicina indiana), a flor era usada para tratar picadas de vespa. Na medicina tradicional chinesa, extratos da planta eram indicados para malária e diabetes. As medicinas populares jamaicana e filipina também reputavam a maria-sem-vergonha como eficaz para diabetes. Assim, no início dos anos 1950, inicialmente se investigou cientificamente se a espécie continha substâncias com propriedades hipoglicêmicas, mas os resultados não foram animadores. De todo modo, constatou-se que a planta contém ao menos 70 alcaloides, entre os quais a vincristina. Esta demonstrou ter o efeito de diminuir a atividade da medula óssea, sendo assim testada em ratos com leucemia, que ganharam uma sobrevida. A partir de então, mais ensaios foram realizados, até que se desenvolvesse o primeiro fármaco à base de vincristina, lançado em 1963. Estima-se que o sulfato de vincristina, por reduzir drasticamente o número de glóbulos brancos, aumentou a taxa de sobrevivência de crianças com leucemia de 20% para 80%.
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